Casais!!
O pedido de hoje é um fofo – e cansativo, vocês vão entender porque rsrsrs – a Lilian trabalha no mercado de casamento e sempre falamos bastante por email, até que um dia, super fofa, ela me manda “eu adoro o Say I do, qualquer dia vou te mandar meu pedido”, eu pedi para ela mandar na hora rs!!! Demorou um pouquinho porque o fofo do noivo escreveu a parte dele!!! Arrasou!
“Oito meses de treinamento para me preparar para o Ironman Florianópolis 2013 e eu só conseguia pensar aonde eu iria achar uma aliança que pudesse ser bonita o suficiente e que também fosse resistente caso eu tivesse que carrega-la comigo por 3,8km de natação, 180km de bike e 42km correndo. Meu plano era simples: pedir a mão da Lilian em casamento na chegada do Ironman. Como não gosto de nada muito simples, resolvi adicionar uma condição ao meu “plano”: só pediria ela em casamento caso chegasse abaixo de 10h de prova.
Ao meu favor eu contava com mais de 10 anos praticando esporte de alto rendimento, contava também com um treino rigoroso e muito bem elaborado pela minha técnica Cristina Carvalho e o mais importante, uma vontade enorme de ficar noivo naquele momento!
Contra mim havia cerca de 2.200 pessoas dispostas a me deixar para trás, havia o fato de eu não ser triatleta e sim corredor de aventura, de nunca ter participado de uma prova como o Ironman, de ser meu ano de estreia na prova. E por último, havia o fato de ter ficado doente pouco tempo antes da prova.
Tudo pronto para a largada, eu havia comprado alianças de prata com o pessoal da Raiz Arte de Florianópolis, que fazem peças incríveis em ouro e prata. Consegui deixar as alianças com uma amiga que estaria junto ao pórtico de chegada para me entregar (obrigado Patricia Hofmeister), e isso meu deixou menos tenso.
Durante a natação tudo saiu melhor que previsto, 1h09 e eu estava na areia pronto para pedalar. Transição feita e foram 5h de bike nos 180km que seguiram…perfeito!!! Agora eu estava há 42km, cerca de 3h15 de pedir minha namorada em noivado. Corria literalmente tudo bem ate eu chegar ao km 33, minhas forças acabaram, mal consegia andar e eu só pensava: “como assim, não é possivel, cheguei ate aqui e vou desistir agora…jamais, não é possivel!!”. Inumeros amigos me incentivaram ao longo desse doloroso final, então cheguei ao Special Needs (ponto aonde o atleta encontra uma sacola com coisas pessoais. Isso é deixado antes da prova com a organização do evento), e dentro da minha sacola havia 2 RedBull’s e 1 barra de proteina. Sentei no chão e comi e bebi como se não houvesse amanhã, eu estava acabado… me arrastei do km 33 ao km 38. Foi então que me lembrei de tudo, tudo que havia treinado, das coisas que deixei de fazer com a minha namorada, amigos e família para estar ali, lembrei-me das vezes que a Lí fora me assistir debaixo de sol e chuva, lembrei-me do meu plano…das vezes que disseram que eu não conseguiria!!!
Pronto, faltavam 4km e eu estava de volta na prova, correndo forte, a cada passo dado a mais eu avistava a chegada…Indo cruzar a linha de chegada, a Paty me entregou as alianças e a Lilian me encontrou logo na sequência para passar no pórtico ao meu lado. E colocando muita força no final, cruzei a chegada com 9h58. Dois minutos do prazo que estipulei!
Eu havia conseguido, nós havíamos conseguido! Noivos e assistidos por centenas de pessoas, abençoados por aquilo que me faz tão feliz e que esta presente em nosso relacionamento desdo começo: O ESPORTE
O próximo desafio: Casar! – Com a palavra, a noiva!!!
Hadi e eu nos conhecemos no esporte, em 2008. Ele correndo e eu trabalhando como repórter, logo na minha primeira cobertura de corrida de aventura. De lá para cá, corremos juntos, viajamos muito para provas pelo Brasil inteiro, o acompanhei e fiz apoio para ele em competições, ele me acompanhou em outras. Treinamos sempre com amigos. Nossa rotina sempre envolveu muito esporte, mas eu não esperava um pedido de casamento esportivo!! rs
Já havia passado mais de 4 anos de namoro e o casamento ainda era algo que discutíamos pouco. Sabíamos que estava por vir, mas nunca quando viria. Ansiosa por natureza, eu já queria pensar logo e definitivamente no assunto. Foi quando o Hadi veio com a inscrição do Ironman feita… e uma planilha imensa de treinos pela frente. Ou seja, nada de qualquer outro planejamento até maio de 2013, quando ocorreria a prova. Foram meses em que ele se ausentou grande parte dos finais de semana, se dedicando à corrida, bike e natação durante horas. Abri mão da companhia dele, de programações com amigos e família para apoiá-lo. Enfim, foi um período complicado com relação a expectativas e realidade.
Fui viajar com uma amiga para Nova York e o deixei no Brasil por 3 semanas, treinando sem culpa de me deixar esperando… rs
Foi um período de provações para ambos. Pela distância e pelas mudanças que estavam por vir. Eu sabia que no retorno da viagem muita coisa iria mudar.
Quando cheguei de volta faltavam apenas duas semanas para o Ironman e eu estava contando as horas para a prova chegar! Na verdade, eu havia comentado com algumas amigas que eu não aguentava mais esperar e que no dia seguinte da prova eu iria intimá-lo a falar sobre o casamento, e que isso me deixava no risco de voltar solteira de Florianopolis, pois nenhum homem gosta de ser pressionado.
Enfim, a prova chegou. Fiquei uma pilha de nervos por ele… nem pensei em casamento. Fiquei preocupada com o rendimento dele, as expectativas que ele tinha, se cumpriria. Foram horas e mais horas em pé aguardando ele passar de bike, correndo, saindo da natação. Não comi, não bebi… não fiz nada só esperando ele passar a cada quilometro que eu poderia acompanhá-lo.
Já na linha de chegada, eu esperava ele passar para cruzar com ele a linha de chegada. Fiquei o esperando, alinhada, e vi a Paty no fundo com a super câmera dela. Achei que ela estivesse ali para fotografá-lo chegando. Foi quando o avistei vindo, me preparei para correr ao lado dele. Enchi o peito de ar e quando ele chegou perto entrei no tapete com ele e vi a Paty correndo atrás dele desesperadamente e ele tentando ‘dar a mão’ para ela. Como já estava dando 10h de prova e imaginei que ele tinha dado o sangue para finalizar o Ironman, pensei que ele estivesse com confusão mental e estivesse me confundindo com ela!!!! Bati no ombro dele e falava “Sou eu! Sou eu! Dá a mão para mim e não para ela!!!
Hahahahaha Foi bizarro porque eu corria que nem uma desesperada e falava com ele e não entendia nada! Ai ele me disse “Calma!” e foi quando eu a vi entregando uma caixinha para ele. Ufa!
Cruzamos a linha juntos e ele ajoelhou chorando e abriu a caixinha! Foi lindo, emocionante e eu tive uma crise de riso na hora de tão nervosa que fiquei!
Depois de menos de um mês, fizemos um jantar de noivado e dois dias antes ele me disse que as alianças que ele tinha mandado fazer não estavam prontas. Em Floripa, ele me deu uma aliança simbólica porque estava com receio de correr com algo valioso e tal. Tive uma crise, pedi para ele cancelar o jantar ou ir comprar alianças prontas em uma loja, mas que não podíamos ficar oficialmente noivos sem alianças. Ele me pediu calma e disse que resolveria.
No jantar, no discurso dele, ele abriu uma caixinha com uma aliança de papel alumínio dizendo que havia comprado de um hippie na Av. Paulista. Eu fiquei em choque! Quando estava prestes a sair correndo dali, ele parou a brincadeira e me entregou um solitário lindo! Ufa de novo! Ele não cansa de me dar sustos!
Acho que já posso imaginar como nossa vida de casados será cheia de aventuras e emoções… “
Gostaram?
Eu amei!! Amanhã estarei no Workshop da Revista Inesquecivel Casamento!! Na mesa redonda das 18:30 e das 20:00!! Nos vemos lá!!
Say I do.
