Will you marry me?

Meninas e meninos!

Outro dia li um pedido de casamento + uma história linda e emocionante no site da Marie Claire. Quis dividir com vocês…. é sobre a jornalista inglesa Eleanor Jeffrey que descobriu um câncer de mama no ano passado. A doença se espalhou para outros órgãos, enquanto ela vivia o auge da paixão com seu então namorado, um produtor de TV. Mesmo com a perspectiva de ela não viver até a próxima virada de ano, ele decidiu pedi-la em casamento. Olha o depoimento que ela deu para o jornal Daily Mail.

*Dica de amiga: prepara a caixa de lenços, ok?

“Navegando em um site de produtos para casamento há algumas semanas, eu estava prestes a clicar em ‘Comprar’ cartões de ‘reserve a data’, quando os meus dedos hesitaram sobre o teclado. Meus olhos se encheram de lágrimas, enquanto eu olhava para o meu computador e mil pensamentos acelerados passaram pela minha cabeça. Meu noivo Tom e eu reservamos um castelo no interior da Inglaterra para o nosso casamento. Escolhi um vestido vintage para entrar pelo corredor. Mas quando chegou a um clique de distância de confirmar minha data de casamento, em junho de 2012, tive um momento de hesitação, porque, de acordo com meus médicos, eu poderia não viver para isso.

No início deste ano, eles disseram que o câncer que venho lutando contra há 18 meses é terminal. Tenho 28 anos e, segundo os médicos, não vou viver para ver o ano novo. Muito menos até o próximo verão.

Foi na primavera do ano passado que senti pela primeira vez uma coisa esquisita no meu peito esquerdo, quando tomava banho de manhã. Fui a um pronto-socorro perto de casa e eles me disseram que era ‘apenas uma coisa hormonal’. Desconfiei do diagnóstico. Três semanas depois, fui a um ginecologista, fiz uma biópsia e uma ultra-sonografia. Descobri meu câncer de mama naquele dia.

Evidentemente, foi um choque terrível e caí em lágrimas. Eu não esperava esse diagnóstico. Tom, meu noivo, estava pálido e em choque também. Estávamos juntos há apenas um ano. Ele é produtor de TV e nos conhecemos em um site de namoro quando eu tinha 26 e ele 32 anos. Ele era inteligente, gentil e engraçado, mas  demoramos a começar a namorar de fato. Gostamos um do outro, mas havia tantas coisas acontecendo em nossas vidas naquela época, que não conseguíamos ficar muito tempo juntos. Ele nem sequer tinha me dito ‘eu te amo’ ainda.

Mas naquele dia, como fomos levados para uma sala privada para absorver o choque, ele disse essas palavras e nunca vou esquecê-las. Foi um momento que cimentou nosso relacionamento e nos preparou para o futuro. Durante os oito meses seguintes, fui submetida a uma mastectomia, seis ciclos de quimioterapia e, finalmente, sessões diárias de radioterapia.

É claro, foi traumático e perturbador, mas quando tudo acabou eu senti que tinha feito a minha parte para curar o câncer e voltar à vida normal, como jornalista de TV e o mais importante de tudo: planejar meu futuro com Tom.

Mas em janeiro, comecei a sentir uma dor na lombar. Ela só aparecia quando eu fazia exercícios físicos, então achei que não fosse nada sério. Como eu tinha ficado cinco meses praticamente deitada e depois comecei a correr, achei que simplesmente tinha exagerado.

Comentei sobre essa dor com meu oncologista, que ordenou uma varredura do osso e encontrou uma ‘área de preocupação’ na minha pélvis. Ela pediu uma radiografia e, para nosso alívio, os médicos disseram que não era câncer.

Mas a dor piorou. No início de maio, depois de eu insistir para fazer uma ressonância magnética, os resultados chegaram e uma médica me chamou de novo: “O exame mostra que há câncer na pélvis”, disse ela.

Mantive a calma. Eu sabia que a propagação do câncer de mama até os ossos não era uma sentença de morte imediata: tinha lido sobre mulheres que vivem há 20 anos com este tipo de doença. Olhei para Tom, que estava pálido de novo. Ele perguntou: ‘Qual é o prognóstico de Ellie?’.

ATRASAR O INEVITÁVEL

Eu nem estava pensando em quanto tempo ainda tinha, até que ela respondeu: ‘Não gosto de dar prazos.’

‘Bem? Seis meses? Três meses?’ Perguntei, achando que estava dando uma estimativa conservadora e que ela responderia ‘mais de cinco anos’. Em vez disso, ela disse: “Mais de três meses.”

Me senti estranhamente calma e estóica. Queria saber quais os passos que poderíamos tomar em seguida. A médica disse que a quimioterapia poderia atrasar o inevitável, mas me faria mais doente. Ela praticamente me sugeriu desistir do tratamento. Senti uma enorme dormência pelo corpo.

Tom e eu decidimos passar um fim de semana na praia para organizar nossos pensamentos. Mas ele não conseguia comer e eu não conseguia dormir. Caminhando pela areia, fiz ele prometer que seria capaz de viver sem mim. Eu me sentia como uma decepção para ele. O câncer queria roubar nosso futuro. O futuro ao lado do homem que eu amava tanto. Não suportava a ideia de que não poderia dar a ele tudo o que ele sonhava.

Comecei a considerar a hipótese de terminar o namoro para que ele pudesse ser livre o quanto antes. Mas eu sabia que ele não me deixaria. Sempre que dizia que ele não merecia passar por tudo aquilo, ele respondia: ‘Mais importante: nem você.’

Tivemos de arrumar forças não sei de onde. Trocamos de oncologista. O novo médico renunciou ao pagamento e me aconselhou a começar a quimioterapia. Ele também nos informou de vários casos em que a quimioterapia não funcionara.

Fiquei contente com essa segunda opinião, mas o exame seguinte mostrou que o câncer tinha se espalhado para o fígado pulmões. Em junho deste ano, comecei a tomar um medicamento de quimioterapia oral chamado capecitabina. Tive poucos efeitos colaterais e estava particularmente aliviada porque a medicação não me faria perder os cabelos.

Depois de nove semanas, fiz outro exame e a notícia foi boa. Eu estava respondendo à quimioterapia e os tumores foram encolhendo.

Tom e eu fomos para a Grécia durante uma semana em agosto. Eu estava ansiosa para nadar no mar e me deitar ao sol. Sem consultas no hospital, sem e-mails, apenas nós dois e praias arenosas. Nos hospedamos em uma casa incrível. A vista para o mar azul turquesa era de tirar o fôlego. Em nossa segunda noite, Tom e eu voltamos para a casa depois do jantar e ele sugeriu irmos para a piscina para ver o céu estrelado.

As luzes da piscina não estavam funcionando. Olhei para as estrelas, brilhando no céu de tinta preta. Quando olhei para trás para encontrá-lo. Ele estava de joelhos, com um enorme anel com um papagaio no lugar da pedra – o que ele explicou mais tarde, era uma piada e eu poderia trocar pelo anel que quisesse.

Eu ri. Disse que sim, me casaria com ele. Não conseguia parar de chorar de felicidade.

Foi mais um sinal de que iriamos enfrentar o futuro juntos. Telefonamos e mandamos mensagens de texto para nossos amigos e parentes, contando as novidades, enquanto voltávamos para casa. Pela primeira vez em meses, tínhamos uma boa notícia para compartilhar – nos amávamos e estávamos casando.

De volta a Londres, compramos um lindo anel de ouro branco e diamante.

Na minha situação, acho que a maioria das pessoas teria corrido para um cartório para casar. Mas Tom e eu queríamos planejar o nosso casamento para junho de 2012. Foi um ato ousado – queríamos e precisávamos de um objetivo para olhar para frente.

Um outro oncologista me disse que conheceu um paciente que viveu muitos anos sob o mesmo tratamento de quimioterapia que estou fazendo. Também falou que se esse parar de funcionar, posso tentar outras quimios, e que também há estudos em andamento sobre novas drogas.

Também sei que há a possibilidade de viver apenas mais alguns meses. Mas uma possibilidade não é uma certeza.

Uma vez que meu câncer de mama é incurável, isso não quer dizer que não posso viver com a doença pelos próximos anos. Eu rezo para viver e ver o dia em que o câncer  será como a diabetes, uma doença crônica que pode ser gerenciada e não é necessariamente fatal.

Planejar o casamento tem sido uma distração bonita – visitar os locais, escolher as flores, fazer a lista de convidados. Agora amigos estão perguntando: ‘Você já encontrou um vestido?’, em vez de: ‘Quando é o seu próximo exame”. É claro, a preocupação com a velocidade com que o câncer vai se espalhar – e a vida do Tom vai ser cruelmente interrompida – é constante.

Também penso nas coisas que poderia perder. Ontem à noite, estávamos nos beijando. Segurei o rosto dele em minhas mãos e divaguei durante um momento. De repente,  estava me perguntando quantos beijos ainda que nos restam.

Temo por Tom. Como ele vai ficar se eu morrer? Eu não posso ser positiva o tempo todo, e às vezes digo: ‘Preciso que você me diga que vai ficar tudo bem’, mas logo depois percebo que é uma coisa ridícula de pedir para ele.

Meu pensamento mais angustiante é o de que Tom pode ter de voltar para um apartamento vazio e precisar limpar meu lado do armário. Implorei a minha mãe que faça isso e o poupe desse sofrimento.

Não podemos estar atolados em pensamentos sombrios, no entanto. É importante pensar sobre depois do casamento. Queremos passar a lua de mel na África . Na volta, devemos mudar para uma casa maior.

Tenho pensado em escrever ‘cartas finais’ para Tom, para a família e aos amigos, dizendo-lhes o quanto eu os amo, mas no momento não estou preparada. Quando eu começar a perder peso drasticamente e realmente parecer doente, sei que será a hora de escrever essas cartas.

O resultado do meu último exame, em setembro, mostrou que o maior tumor em meu fígado tinha encolhido por mais de 50%, por isso espero que Tom e eu tenhamos mais tempo juntos do que pensávamos.

Vamos nos casar e teremos um futuro feliz juntos. Qualquer outra alternativa é insuportável de se pensar.”

E aí gostaram?

Say I do.

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Comentários

  1. Eu achei liiiindo esse will you marry me?
    Pena que eu ja tinha lido semana passada =\
    passo a semana tooooda torcendo pra que chegue
    a sexta. ha ha ha. nem sou noiva, nem nada , mas
    amooo o say i do.

    Essa historia é otima para nos mostrar o quanto nossos problemas
    são pequenos, se assim quisermos que sejam.

  2. Sem palavras!!!! E bem mais consciente de agradecer todos os dias a minha saúde e viver intensamente!!!! Engasgada…

  3. e a gente fica ai se importando com bobagem.
    tenho certeza que o tempo que ela viver será muito mais bem aproveitado que o de várias pessoas a vida toda.

  4. Que história mais triste e linda ao mesmo tempo! Triste pela doença, e linda pelo amor incondicional dos dois! Nos faz parar para ver o que realmente importa na vida…

  5. Não levei a sério a dica dos lenços.. Deveria!
    Que história mais linda! Mostra a verdadeira importância do amor em nossas vidas; ter algo por que lutar em momentos de dificuldades..

  6. Meu Deus que história!!!! E a gente ainda se desespera com fornecedor que atrasa.. O pedido de hoje foi uma lição de vida mesmo. Que Deus de a eles tempo suficiente para serem mais felizes e se amarem mais. E nos quesomos ”saudaveis” saibamos valorizar o que temos de mais precioso que e a nossa saúde!

  7. E eu aqui reclamando que quero ir embora para casa mais cedo hoje por causa de uma dorzinha de cabeça… Me senti estúpida!

  8. Que história linda! Faz a gente perceber que damos importancia a pequenas coisas e o que realmente importa acabamos deixando de lado. Pensamos em ter uma festa de casamento mais bonita que tal festa que vimos nas revistas, o vestido mais maravilhoso, o chá de panela mais chique. E o que realmente importa, que é estarmos casando com quem amamos e rodeados de pessoas especiais parece que deixamos em segunda plano. Depois que lermos uma historia como essa, faz a gente refletir e dar importancia ao que é essencial e indispensável.

  9. Muita reflexão depois de ler essa história!! Me senti muito pequena e mesquinha…
    Que coragem, perseverança e acima de tudo, muuuito amor!!
    Desejo a eles toda felicidade.
    bjos

  10. ai amiga que difícil.
    lindo.
    lindo voce colocar aqui.
    beijos

  11. Geeente, o que é isso?! Eu não consigo é parar de chorar!
    Tudo de boom pra esse casal!

  12. Pena não poder colocar mais de um “in love” em cada post. Este depoimento está lindo demais e SUPER MERECIA!

    Camila, o pior de tudo é que você me preveniu – SEPARE UM LENCINHO – mas eu não consegui esperar, minha curiosidade me mata… Me ferrei!

    Imagine a cena!

    Eu e meu noivo passamos o fim de semana no Iberostar na Praia do Forte, na Bahia. Lugar maravilhoso, só tive motivos pra sorrir!!! Prometi a mim mesma não abrir meu email, mas entrei no Say i do celular mesmo para ver como “andavam as novidades”… risos. Aí.. Meu noivo conversando com uns amigos durante o almoço e eu concentrada lendo todo este depoimento LINDO! Óbvio que chorei horrores e nem ele, nem ninguém não entendeu nada! Coitado! Expliquei toda a história e, no fim, ele também se emocionou…

    Por vários momentos conversamos sobre este assunto no resto do find, fizemos várias reflexões.. E não deixamos de fazer juras de AMOR VERDADEIRO o resto do fim de semana..

    De toda a tristeza que senti ao ler este depoimento, o que mais me tocou, na verdade é que… Ninguém nunca está preparado
    para deixar ir embora alguém que se ama muito. Ela sabe que tem pouco tempo…

    Mas e se repentinamente seu amado morre, sem você ter tempo de se despedir? Ela pelo menos teve tempo… E o melhor… O está utilizando muito bem, está planejando seu casamento e não está deixando que “más” energias a influenciem. Isso é maravilhoso! Temos muito o que aprender com ela! Tem dias que qqr desagradinho já acaba com o nosso dia!

    Mas o que nós, que não temos um problemão desses para resolver (Graças a Deus) devemos fazer diante de uma linda história dessas?

    Aprender a amar mais e mais, aprender a deixar quem a gente gosta com palavras doces e carinhosas… E as duas coisas mais importantes.. PERDOAR E TOLERAR… Aí a gente pode aproveitar o tempo que temos com quem amamos. De verdade!

    Beijo!

    1. FÊ! Que fofa! Me emocionei com suas palavras!!!!!
      Bjs

  13. Eu sigo seu blog pelo bloglovin, então vejo todos os posts. Adoro seus posts e imagens, nunca comentei mas não poderia deixar passar esse. Chorei lendo na mesa de trabalho. Realmente é uma das histórias de amor mais linda que conheci na minha vida. Também é uma lição. Independente do tempo que eles fiquem juntos, e tomara que seja muito tempo, ela ja concretizou o seu amor aqui.
    Parabens pelo blog.
    beijos

  14. Nossa, não dá nem para comentar nada… O nó na gargante é maior!

  15. Meu Deus, estou anestesiada até agora!
    Chorar é inevitável!

    Adoro o blog!

  16. Fiquei indignada com a força que essa mulher tem. Uma lição de vida!
    Que Papai do Céu ajude-os a chegarem ao grande dia.
    Essa é a essência de um casamento, o amor, não as flores, a decoração, o vestido…
    Nos importamos com tanta coisa e nos esquecemos da mais importante…
    Fiquei muito chateada e emocionada com essa história…. Rezarei muito por eles.

    Parabéns ao blog!

  17. Sempre entro no site, mas nunca comento. Hoje, ao contrário, me senti confortável para fazer isso.
    Enquanto várias de nós, noivas, nos queixamos de que falta orçamento, de que a data tá muito longe, ou de outras coisas pequenas, vem essa história para nos lembrar de que o que importa, no final das contas, é o amor.

    Desejo toda a felicidade ao casal e que eles consigam viver muitos e bons anos juntos.

    Sei que provavelmente a Eleonor não vai nem saber desses votos, mas com certeza vai sentir a energia positiva que estamos mandando a ela.

  18. claro que estou chorando.. eu provavelmente pensaria não em mim, mas em como as pessoas vão ficar sem mim e como tentar diminuir esse sofrimento..

  19. é de dar um nó na garganta!

  20. Me acabenado de chorar!
    Lindo!!!

  21. Meoooo Deusss…fiquei completamente maravilhada, encantada por essa história!! Sei que existem várias dessas, mas ler o depoimento dessa noiva, contando os medos e esperanças dela, os pensamentos mais profundos nos faz entender a importância da vida e, o quanto o amor nos ajuda a lutar por essa vida!

    Ainda bem que neste momento eu estou no trabalho, porque se estivesse em casa já estaria me derramando em lágrimas rs…

    Comecei a ler seu blog ontem e não consigo parar, e olha que eu ainda nem estou planejando um casamento haha…bjos

  22. emocionante é pouco!
    Isso é amor de verdade, tipo de amor q o cinema se inspira, e inspira! Tomara q ela fique bem e possa usufruir por muuuito tempo desse sentimento tao lindo, ela merece!
    é uma guerreira!

  23. Não teve um update? Estou ansiosa com a continuação dessa história linda.

  24. Eu virei fã depois que li essa história, que infelizmente não teve um final feliz… Ela faleceu ano passado, e o fim de sua vida foi muito sofrido. Acompanhava o blog dela, onde ela contava os preparativos do casamento, os tratamentos que fazia… Que Papai do Céu a tenha em bom lugar!

  25. Muito emocionante esse pedido, nos faz refletir sobre a vida e sobre o amor.