Uma geração incrível!

Casais!!

Tudo bem? Hoje, decidi colocar um post um pouquinho diferente aqui no blog… Na semana passada teve um texto super bacana da jornalista Ruth Manus que teve uma super repercussão entre as mulheres! Imagino que muitas de vocês já leram, mas para quem ainda não viu, ou para quem quiser ler de novo, vale a pena (e logo embaixo tem a resposta a carta dela! Demais também!):

Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:

“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.

Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.

Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.

Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”

Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.

O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.

O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?

Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.

Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?

Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.

“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”

Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.

O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?

E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.

No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta”.

Ai, um pouco depois, o Guilherme Archas escreveu uma resposta bem bacana para a Ruth, ” A incrível geração de homens que NÃO aparenta ser incrível”:

Um homem cresce pensando em ser jogador de futebol, astronauta, bombeiro. Não nascemos pensando em casar. Só que chega uma certa idade em que percebemos que uma companhia feminina pode ser a cereja do bolo que nos falta. E, de forma natural, começamos a procurar uma parceira pro resto da vida, aquela que poderá dar um pouco mais de significado à palavra “família”.

Engana-se, porém, quem acha que é fácil encontrar alguém que te complete. No meio de tanta gente interesseira, prostituição a um clique de distância, corpos torneados de academia e cérebros vazios, fica difícil distinguir quem não quer te consumir como um simples maço de cigarro. Acende um, deixar virar cinza, joga fora, pega o próximo. Há muita gente que pensa que gente é descartável. Muitos homens ainda escolhem sua companheira pela ausência de celulite na bunda e não pela presença de espírito. Muitas mulheres ainda escolhem seus homens pela capacidade de seus bolsos. Vai ver é por isso que estou solteiro.

Mas felizmente, há alguns de nós que sabem que a beleza é temporária e procura numa mulher muito mais que um par de seios firmes. Não posso afirmar que sejamos maioria, mas há muitos que têm admiração (e tesão) por mulheres modernas, batalhadoras, seguras de si e cheias de opinião, o que não é desculpa para não se preocupar com sua feminilidade, não querer perder os quilinhos a mais (mesmo que fique só no plano teórico), não fazer mãos, pés e se depilar de vez em quando.

Às vezes me flagro imaginando uma mulher hipotética que descreva assim o homem dos seus sonhos:

“Gostaria que ele fosse bem-sucedido na carreira, mas se estiver desempregado também não tem problema. Melhor alguém que sonhe em construir sua estabilidade financeira a dois que o luxo e conforto de um bem-nascido. Pouco importa de onde ele vem e o que ele já conquistou, ele só precisa de ambição, força de vontade e brilho nos olhos.

Quero que ele se interesse por outros países, outras culturas e outras línguas. Não precisa ser poliglota, nem ter viajado muito, mas deve estar aberto a desbravar os quatro cantos do mundo na minha companhia. Ainda não conheço toda a Europa, nem nada da Ásia. Cuidar dos filhos, ajudar nas tarefas de casa e não depender da mãe pra nenhuma das tarefas anteriores também é essencial.

Ele deve frequentar academia e ler muitos livros pra manter o mente e corpo saudável. Se tiver problemas de ereção por conta do stress, não tem problema. Também não precisa ter tanquinho, porque não dá pra fazer dieta em casa todo dia e nunca me levar pra jantar fora.

Acima de tudo ele deve cultivar suas amizades: afinal, o que será de um homem sem amigos, sem futebol e sem cerveja?”

Pois é. Você conhece alguma mulher com esse discurso? Eu não.

É muito louco e contraditório tudo isso. Sofremos um misto de cobrança e necessidade de provação constante. É muita pressão por resultado envolvida. Família, trabalho, dinheiro, filhos, corpo, mente, tanquinho, sexo. Carregamos conosco a necessidade de nos tornarmos esse príncipe encantado que as mulheres imaginam que exista, só que este homem ideal está mais para super-homem que para um mero mortal.

O sucesso dessa nova incrível geração de mulheres é também seu próprio calvário. Enquanto elas alcançam mais e mais conquistas profissionais e pessoais, os homens vão ficando para trás e perdendo valor para elas. Elas não se contentam mais com pouco. Com homens mesquinhos, machistas, que pensam pequeno ou que não sejam alguém de respeito na vida. E estão certas.

A mulher moderna é mais seletiva. Com toda essa (r)evolução, não é qualquer “zé mané” que pode conquistá-la e por inúmeras vezes, ela vai dar com a cara na parede saindo com um idiota atrás do outro. Um não é inteligente o suficiente, o outro não é tão antenado quanto ela – que lê notícias diariamente, o terceiro não sabe inglês e nunca saiu do Brasil. O problema é que enquanto o referencial dela for a geração de sua mãe e tias que se casaram cedo e viraram ótimas esposas-donas-de-casa, ela se frustrará.

O fato é: o quanto você está disposta a abdicar da sua vida corrida para entrar de cabeça num relacionamento a dois? Quem é seu homem ideal? Você é firme o bastante para amar um homem que falha? Qual mulher foi criada para aceitar um homem com suas fragilidades?

Ruth, não desista de procurar seu par porque como você há muitos de nós, cheios de dúvidas.

A gente não é nada do que o inconsciente feminino espera do homem perfeito. E o pior: nos esforçamos pra ser. Que fique claro, alguns de nós estão dispostos a tudo pra agradar vocês. No fim do dia, o que queremos é uma parceira que nos apoie a buscar nossos objetivos, mas entenda nossos fracassos“.

Eu sei que deve ter gente que deve ter achado este post longo demais rs, mas eu gostei bastante de ter lido e gostei principalmente da visão masculina, pois eles também não foram preparados para conviver com mulheres incríveis! E acho que o que tiramos de principal em tudo isso, é o fato de que os dois sexos, homens e mulheres, precisam exercitar a paciência, a compreensão, o companheirismo… Vivemos em uma época em que as pessoas estão exageradamente egoístas e olhando apenas para o próprio umbigo!

 

Espero que vocês tenham gostado e reflitam um pouquinho também – e enviem para os namorados, amigos, amigas, e etc rs!

Gostaram?

Say I do!

 

 

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Comentários

  1. Que blog lindoooo, descobri ontem a noite e fiquei encantada!! As histórias dos pedidos de casamento, os casamentos realizados, as receitinhas, todas as dicas…enfim coisa que não acaba mais, um verdadeiro paraíso para uma noiva rs. Meu noivado foi há pouco mais de um mês e estou completamente deslumbrada com esse “novo mundo”, com essa nova fase! Parabéns pelo blog, pode ter certeza que ajuda muito a tornar essa fase da vida ainda mais maravilhosa.

    Agora deixa eu ir passando as páginas aqui que ainda tenho muito pra ver rs!

    Beijos!

    1. Bom passeio pelas paginas Jociane!!! Bem vinda!! Bjs

  2. Oi meninas, aqui vai um texto publicado ontem na Folha de São Paulo; um texto realista:

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2014/06/1476515-a-incrivel-geracao-das-mulheres-chatas.shtml

    Abraços

    1. Mariana, gostei desse da mulher chata tb!!

  3. Eu A-MEI. Achei lindo, tudo lindo. As palavras, os pontos de vista, a realidade que enfrentamos dia após dia. E adorei a resposta!

    Obrigada por postarem aqui!

    1. Rebeca, que bom que vc gostou!!!

  4. “Pois é. Você conhece alguma mulher com esse discurso? Eu não.”
    Eu sim. Eu mesma, lendo o texto do Guilherme, me vi desejando um homem que ele acha que nenhuma mulher vai querer.
    Por um momento pensei: “Será que há algo de errado comigo por querer ser assim?”, mas vi que não.
    O ser humano precisa idealizar menos e aceitar mais.

    Concordo 100% com os textos.
    Me vi em várias partes, principalmente na parte dos bolos x notas 10 na prova. Quantas dez eu já tirei e ainda ouvi “não fez mais que sua obrigação”.

    1. Verdade né Vivian? Tbm gosto muito da parte que ela comenta que os pais querem filhas incriveis, mas noras donas de casa!

  5. Quando li o primeiro texto achei ele meio q escrito por uma mulher desiludida, na real… E vou te dizer q já fui uma delas. Sai de casa mto cedo, trabalho de madrugada, enfrento todo tipo de pessoa e se não me respeitam por ser baixinha, loira e esperarem de mim uma pessoa fragil, faço ser respeitada pelo cargo (sou ortopedista, então lido com cada tipinho na madrugada nos plantões do trauma!) E há qse 1 ano encontrei num homem SUPER certinho, SUPER classico, qse coxinha o homem da minha vida. Ele atura minha mania de mandar, ri da minha cara na verdade, aceita minha independencia, aceita a distancia de 600km, meus horarios loucos de serviço, tudo isso mesmo sem trabalhar na area q eu, mesmo tendo saido de um relacionamento todo perfeitinho, com a mulher toda dona de casa pra ficar cmg. Então texto da geração das mulheres chatas se adapta MTO melhor. Hoje nós mulheres queremos tanto a independencia que nem um charme mais queremos fazer pra eles se sentirem o super homem! Tá bom q vc sabe matar barata, mas vai morrer se pedir pra ele matar??? Mas na hora de ser pedida em casamento que surpresa fofa, quer q ajoelhe né? Não acha q tá querendo TUDO sem oferecer nada em troca???? A “geração das mulheres incríveis” quer homens que aceitem sua independência mas q as tratem com a mesma distinção e respeito q nossas avós eram tratadas. Então tem algo incoerente…

    1. Viviane, concordo muito com as suas colocações… Por isso coloquei no final que o principal é o casal se amar e as pessoas saberem que precisam ter paciencia e especialmente saber ceder!!!
      Que vcs sejam muiiito felizes!
      BJs

  6. Tinha adorado o texto da Ruth, mas há algum tempo já venho pensando que há muitos homens sim preparados para essa “super mulher”. Acho que o texto do Guilherme é ralmente complementar a esse: a “super mulher” precisa aprender a aceitar falhas, no outro e em si! Adorei o texto do Guilherme e achei um pouco engraçado porque na minha opinião descrevia o homem perfeito que eu sempre procurei! Achei que iria acabar com “esse homem não existe”… hahaha
    Avisa o Guilherme que tem várias mulheres procurando um desses por aí!
    Lindo post!
    Beijos

  7. Apesar de entrar quase todos os dias no blog, essa é a primeira vez que resolvi comentar.
    Por um motivo mais do que especial. Ruth é minha amiga de infância, acompanho sua história e sua jornada há tantos anos que me perco na hora de fazer uma conta rápida desse tempo.
    Ela me disse ontem que caiu de paraquedas nesse quesito blog e nesse sucesso avassalador e inesperado.
    Ela sempre se descreveu como uma pessoa com incontinência verbal e, apesar de todos sabermos que quando se escreve em um espaço público as críticas são inerentes ao processo, toda essa história só me mostrou como vivemos um mundo onde as pessoas não tem noção de liberdade, respeito e mais ainda de civilidade. Ela vem recebendo críticas duras e, na maior parte das vezes muito mais doídas aos delas no que nela mesma. Mas o maior presente, que ela mesma me disse ontem, é ver que essas palavras fizeram carinho em tanta gente diferente! Isso é incrível! Beijo.

    1. Stella!
      Eu adorei!
      Bjs